quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Manhã Transfigurada não vale uma tarde

Em mais um dos meus périplos quartaferianos para assistir a um filme que caiba no meu horário tive uma daquelas decepções descomunais. Sem ter paciência de esperar pelo Anticristo, cuja próxima sessão estava uma hora adiante, preferi experimentar "Manhã Transfigurada". Quase chorei. Dessa vez, de tristeza.

Nada salva o filme, nem roteiro, nem fotografia, muito menos a atuação. O filme conta a história de uma ex-donzela, Camila, que apaixonada por um padre, se entrega a ele, quando a donzelice ainda era requisito para casar. Tudo acontece no final do século XIX, na cidade gaúcha de Santa Maria.

A moça, interpretada por Manuela do Monte, que atualmente faz uma ponta na novela global Paraíso, é obrigada a casar com um estancieiro para que a família não vá a bancarrota. Inconformada com o comportamento bronco de capitão Miguel, na noite de núpcias ela conta ao marido que não é mais virgem. A história só está começando. Segundo as "leis" da justiça católica, ela deve ficar trancada em casa, impossibilitada de sair. O marido pede a anulação do casamento e enquanto o resultado não sai, vai cuidar da estância.

Sozinha em casa, Camila forma um triângulo amoroso com o sacritão e o padre, os únicos que podem visitá-la. O resto é romantismo ingênuo, daqueles românticos de morrer, que me fizeram lembrar Camilo Castelo Branco. Provavelmente as histórias de Bianca e Sabrina, livretos ultraromânticos comprados em uma ou outra banca de jornal, sejam melhor opção.

O diretor , Sérgio Assis Brasil, é documentarista. "Manhã Transfigurada", que começou a rodar em 2002, seria sua estréia. No entanto, o diretor faleceu em dezembro de 2007. Nem conseguiu ver o seu filme nas telonas, pois ele só foi lançado em 2008.

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